Miami, Nova Iorque, México, Cuba, Turquia, Londres, Tunísia, Paris, Pisa, Cabo Verde, Barcelona, Madrid, Palma de Maiorca, Veneza, Florença, República Dominicana... já perdi a conta aos sítios que (re)visitei. No entanto, aquela que já se adivinha a viagem da minha vida ainda está prestes a acontecer (e não é por ser a que irá inaugurar o meu segundo passaporte). Este vai ser o meu mais alto voo desde que me conheço e não falo de milhas percorridas nem tão pouco de altitude. É o voo que me vai, literalmente, tirar do ninho e permitir-me a abrir asas e crescer. Sobretudo isso: Crescer.
Já vi e conheci muita coisa, tive em contacto com diferentes culturas, línguas, religiões, costumes, cozinhas e tradições mas agora... O sítio é outro, a situação nova, a companhia diferente. Agora o maior desafio a que me propus ultrapassar obriga-me a sair da minha zona de conforto, que acaba no momento em que tenho uma countdown para aprender a cozinhar mais do que quatro pratos e a lavar e passar roupa.
O meu crescimento vai começar a partir do minuto em que a minha vida terá de caber em 50kg de bagagem e intensificará naquele em que irei passar de passageira a tripulante. Como Ernest Henley escreveu, "I am the master of my faith / I am the captain of my soul". Em 31 dias terei de aprender a chamar "casa" a um espaço que não me é (ainda) familiar, a adoptar hábitos e a respeitar regras de outra cultura e de outra religião que não as minhas e a falar uma língua que não me é materna.
Vou embarcar nesta aventura com um bilhete só de ida para um destino que é, em tudo, tão diferente daquilo que para trás deixo; vou abraçar uma realidade tão nova para mim como seres que ainda estão por nascer mas que, em contrapartida, se adivinha tão maravilhosamente bela quanto assustadoramente arrebatadora (do tipo breath taking).
Quando pisar o ponto de chegada, do outro lado do mundo, este irá instantaneamente tornar-se no meu ponto de partida para aquele que poderá ser chamado d'O resto da minha vida. Um resto de si já tão vasto que não conhece quatro estações tão bem delineadas quanto as nossas – porque, mesmo que longe, serão sempre 'minhas' também –, que troca moedas que não o Euro, que se rege por outras medidas e escalas tão certas como os Celsius virarem graus Fahrenheit ou a mais alta construção do mundo ter 160 andares e não existir história por trás dos edifícios ou sequer antiguidade por entre as fachadas da cidade.
A vida é muito mais do que tiros certeiros, como empregos seguros, e sofás caseiros.
Por isso, e principalmente pelo crescimento – que me recuso a adiar e forço a encontrar –, vou agarrar esta etapa with mind and arms wide open e com um enorme sorriso estampado no rosto (a ser, que seja em grande e em modo feliz). Haja o que houver, apesar de ainda não me saber preparada – creio que "a ficha" só me irá cair aquando as minhas últimas semanas em terras lusas – sei que me posso desde já comprometer a dar o meu melhor naquele que é o caminho que eu escolhi e que conhece uma só direcção: em frente. :)
1 mês para conseguir visitar todos os recantos da minha cidade que ainda não experimentei, para me atrever a fazer aquilo que me apetecer e que até agora pudesse parecer impensável, para tentar arrumar gavetas esquecidas e situações mal resolvidas.
1 mês para limpar a minha vida e arranjar espaço, na cabeça e no coração, para o que o futuro me reservar.
E é tão pouco e tanto tempo em simultâneo...
1 mês para conseguir visitar todos os recantos da minha cidade que ainda não experimentei, para me atrever a fazer aquilo que me apetecer e que até agora pudesse parecer impensável, para tentar arrumar gavetas esquecidas e situações mal resolvidas.
1 mês para limpar a minha vida e arranjar espaço, na cabeça e no coração, para o que o futuro me reservar.
E é tão pouco e tanto tempo em simultâneo...
Sem comentários:
Enviar um comentário