International flight

terça-feira, 28 de abril de 2015

~ (everything you need to know about the EK) final interview

Uns dias depois do OD e de termos agendado entre todos os melhores horários para as nossas "entrevistas finais" e de tirarmos fotos e partilharmos num grupo criado no WhatsApp de propósito para partilhar as nossas experiências e dúvidas, eis que chega a vez da minha FI.

Com borboletas no estômago mas também melhor preparada do que para as fases anteriores - li imenso sobre perguntas que me pudessem fazer e fiz exercícios sobre como poderia responder com base nas minhas próprias experiências - cheguei ao hall do Sheraton Porto Hotel & Spa, com uma hora de avanço. Era a hora a que tinha boleia e assim podia ir nas calmas e tinha margem de manobra para apanhar um bocadinho de trânsito. Besides, não conseguia dormir grande coisa e não...

Os principais medos? Não me conseguir expressar na totalidade, engasgar-me no meu inglês com uma prática diária quase nula, bloquear, não entender a recrutadora, etc. Para quem não sabe esta entrevista é individual, ou seja, fui só eu e a recrutadora (me, myself and I).

Para a FI já temos de levar alguns documentos connosco para entregar à recrutadora e ter completado algumas tarefas, pelo que nos dão uma documentation checklist (and guidelines):

  • Complete online psychometrics test
  • Fill pre-joining administration form
  • Colored passport photocopy x 2
  • Photos (1x a formal full length photo; 6x passport size photo, 2x casual photos)
  • Updated CV
  • Photocopy of Educational Certificates 
  • Apply online
  • Complete an online advertising survey

A minha entrevista começou com um ice breaking topic: the weather. Assim, falámos um bocadinho sobre o tempo (que estava bem à Porto: muito manhoso), enquanto a recrutadora verificava e recolhia todos os documentos e escolhia as fotografias casuais (once again levei duas para que ela pudesse escolher a que mais se adequaria).

Depois de a papelada estar tratada, seguiu-se mais uma conversa informal do que necessariamente uma entrevista de emprego com ambiente de cortar à faca e olhares tensos (na minha cabeça havia uma forte possibilidade de ser assim).

Acontece que a recrutadora foi super atenciosa e fez questão de explicar como é que tudo se iria processar dali em diante. Por exemplo, avisou que não ia poder estar sempre a olhar-me nos olhos porque teria de ir apontando coisas as I was speaking mas que iria estar atenta e que eu podia falar à vontade.

No final da minha entrevista eu não estava 100% confiante (acho que estava mesmo numa percentagem tipo 50, para ser sincera!!). Isto porque em resposta a uma questão deu-me para dizer implantada (implanted) em vez de implementada (implemented) quando falava acerca de uma ideia e porque, para agravar, depois do primeiro erro corrigido pela recrutadora, eis que decido repetir a proeza... com a mesma palavra!


Para juntar à festa ainda disse, lá para o meio "blanket" quando na verdade o que queria dizer era mesmo "cape". Aqui comecei a ficar nervosa e pedi desculpa e a recrutadora aconselhou a beber água, respirar fundo e a continuar quando quisesse. Disse-me ainda que já tinha percebido que eu percebia inglês (por causa do teste da fase anterior) e que agora só tinha de lhe mostrar que sabia responder ao que era pedido sendo eu própria.

Com este conselho no pensamento engatei novamente no que estava a dizer e a entrevista continuou como se nada tivesse acontecido e comigo a ficar cada vez mais relaxada e confiante. No final a recrutadora mostrou que lhe tinha passado esses mesmos sentimentos ao dizer "See? You're much more relaxed now", algo com que concordei.

Antes disso houve ainda tempo para a pergunta da praxe: "why do you want to become a cabin crew?" e para colocar duas questões quando me perguntou se tinha alguma dúvida que quisesse pôr. Como não achei que a primeira pergunta tivesse sido boa o suficiente para salvar a situação toda fiz uma segunda ao que ela me respondeu "didn't you see our presentation?". O meu pensamento imediatamente a seguir foi um redondo e seguro "pronto, já fui".

Depois de me esclarecer e de eu ter perguntado se não era necessário mais nada, a recrutadora disse que eu tinha dado bons exemplos e que já tinha tudo o que precisava. (Boa! Afinal até dei bons exemplos, pode ser que não me revele numa causa perdida after all).

Depois de ter pensado em mil e uma maneiras de me despedir acabei por sair de lá, ao final de 45 minutos, só com um "thank you very much. Have a good day" (or something like that) e com mixed feelings.

Primeiro achei que tinha sido catastrófico mas, depois da vibe e da confiança transmitidas pela recrutadora achei que, afinal, talvez ainda tivesse hipótese de passar e que eles perdoassem este tipo de coisas. Afinal de contas têm de perceber que estamos nervosos - aliás, um bocadinho de nervosismo não faz mal a ninguém, só mostra quão queremos pertencer à EK family -, que há possibilidade de não estarmos habituados a falar outra língua que não a nossa com a mesma frequência que eles - logo há coisas que por vezes falham como usarmos sinónimos que não querem dizer exactamente aquilo que nós escolheríamos para traduzir na nossa língua materna -, que temos de pensar um bocadinho depois de nos fazerem as perguntas afim de darmos um bom e credível exemplo - e assim poderem ver que não temos respostas "ensaiadas" e que somos bons profissionais, etc.

A sensação com que fiquei foi o tão familiar e quase sempre inevitável sentimento do "caramba, podia ter dito isto de outra forma; esqueci-me de referir isto e aquilo, até enriquecia o que estava a dizer...". Quando cheguei ao sofá do hall passei a minha experiência à menina que ia ser entrevistada a seguir, saquei das minhas sapatilhas que levava num saco e troquei logo de sapatos para, de seguida, apanhar o metro para ir embora.

A partir deste momento começa o famous EK waiting game. No espaço de 4 - 6 semanas(!!!) recebemos uma chamada ou email que nos informará se fomos bem-sucedidos ou não. Quem não tiver sido bem sucedido nesta fase, by the book, terá de esperar 6 meses antes de se poder voltar a candidatar à Emirates (algo que, ao contrário do que se especula em muitos outros sites, só se aplica aos que chegarem até à FI).

Durante o tempo de espera o telemóvel passa a ser o nosso bff e o email, para aqueles que não tinham por hábito consultá-lo diariamente, transforma-se numa parte da nossa daily routine.

Conselhos para a FI: façam o trabalho de casa, investiguem perguntas que possam sair e respondam mentalmente ou até por escrito, já em inglês, adaptando a situações por vocês já vividas. Não vão para lá com o texto ensaiado por favor mas tentem ter uma ideia daquilo que vai acontecer.
Concentrem-se em darem respostas objectivas e o mais concisas possível (sem exageros do tipo "yes / no answers", claro). Digam nomes de pessoas, marcas, etc, para tornar a coisa mais viável e a recrutadora ver que estão a ser assertivos no que dizem e (provavelmente) verdadeiros.
Cuidado com a vossa postura e linguagem corporal.
Levem o tempo que quiserem a pensar num exemplo para dar e respondam a tudo - NADA de dizer "não sei, isso nunca aconteceu", "hmm não me recordo"...

Agora a parte pela qual acho que vocês mais devem ansiar: possíveis perguntas! Vou alistar aqui algumas que me saíram e outras que sei que são igualmente prováveis de vos serem colocadas numa FI:

  • Tell me about a time when a work collegue asked you for feedback and what was the outcome
  • Tell me about a situation when you had to adapt yourself to a different environement
  • Tell me a time when you had an idea at your job and it was actually implemented
  • Tell me about a time when you had to make a decision for a collegue / your boss
  • Tell me about a day in which you had to handle with a stressful situation. How was it? What did you do to make it better?
  • Tell me about a time when you did something more than what was expected you to do for a client
  • Why do you want to become a cabin crew?
  • Tell me about a time when you had to multi-tasked at work
  • Name a time you had to adapt your behaviour for another culture
  • Tell me about a problem that you’ve solved in a unique or unusual way. What was the outcome? Were you happy or satisfied with it?
  • Describe a time when you put your needs aside to help a co-worker understand a task. How did you assist them? What was the result?

Basicamente gira tudo à volta do mesmo tipo de perguntas. O que eles procuram é ver se somos sociais, flexíveis, responsáveis, se temos em atenção as necessidades dos nossos colegas de trabalho e/ou clientes, se somos participativos e interventivos, se lidamos bem com diferentes opiniões / perspectivas, princípios, hábitos, etc, se conseguimos surgir com bons resultados em situações menos boas e se conseguimos lidar com situações de stress e alguma pressão.

Para além destas skills temos ainda que saber ter muitaaaa paciência (4 a 6 semanas é uma eternidade) e alguma força para estar tranquilos e confiantes durante os 45 minutos de entrevista (penso que se durar menos que isto será mau sinal mas sem certezas...).

Para aqueles que estão prestes a ter uma FI: Good luck (and don't forget to smile)! :)

terça-feira, 21 de abril de 2015

~ (everything you need to know about the EK) assessment day

No dia a seguir a ter recebido a chamada de uma das recrutadoras a dizer que tinha passado do OD, durante a qual é-nos dado um número para decorarmos como referência, eis que chega a vez do AD, já com um número substancialmente reduzido de pessoas.

Mais uma vez numa pontualidade britânica o dia teve início à hora marcada no Sheraton Porto Hotel & Spa e às 09.00am sharp as recrutadoras começaram a confirmar se toda a gente que tinha recebido o telefonema estava presente ao chamar pelos nossos nomes (não me lembro se foi pelos nossos nomes e/ou referência, visto já se terem passado 3 meses repletos de montanhas-russas de emoções mas creio que nos chamaram pelos nomes) e ao apontar em etiquetas autocolantes o nosso número e nome à frente. O meu número da sorte foi o 21.

Depois de atribuídos correctamente todos os números aos devidos candidatos the game was about to start.  Separados em grupos grandes (e depois de um bom tempo à espera que chegasse a vez do meu grupo), entrámos finalmente na sala where the magic happens, que já se encontrava com as cadeiras a formar dois grandes círculos e a dividir a sala, um em cada ponta, onde nos tivemos de sentar por ordem numérica para começar as dinâmicas de grupo. A partir daqui a única língua que podemos falar é o inglês.


1ª Fase:

Parte I


In order to break the ice as recrutadoras entregaram a cada grupo de 3 elementos uns cartões com um objecto, ao qual tínhamos de dar 3 funções (uma por pessoa) "out of the box". Por exemplo, imaginem que o objecto no cartão que vos sai é um livro. Devem descrever situações em que o livro tivesse alguma utilidade ou dizer tudo o que poderiam eventualmente fazer com ele excepto dizer o básico do tipo "usaria o livro para ler". Got the picture? Têm que ser criativos. Depois de alguns minutos para discutirem com o vosso grupo, decidirem quem é que dirá o quê, escutarem bem os colegas e intervirem no tempo certo surgindo também com ideias próprias, é hora de apresentarem as três funções por vocês atribuídas ao vosso objecto aos restantes colegas e às recrutadoras.

Conselho: quando for a vossa vez de falar levantem-se, tenham o cuidado de mostrar o vosso objecto para todos verem e apresentem-se. Certifiquem-se que estão tranquilos falando pausadamente e sem estarem petrificados ao estilo múmia ou sem "miarem" quando falam (mas também não queiram mostrar que se safam super bem a falar em público, correndo o risco de se passarem por pessoas autoritárias ou "agressivas"). Sorriam o tempo todo e olhem as pessoas - principalmente as recrutadoras - nos olhos, sem medos, e não se esqueçam de passar a palavra ao colega caso não sejam o terceiro e último elemento do vosso grupo a apresentar a ideia. Claro que a voz pode sempre tremer um bocadinho por causa dos nervos mas tentem passar confiança e empatia.

Parte II

Após esta primeira interacção, já com o grupo um pouco mais alargado (os mesmos 3 elementos mais 1 ou 2), surgem novos cartões: um destino integrante da rota da Emirates é-nos atribuído com algumas imagens relacionadas com a cidade em causa para nos ajudar a pensar ao estilo "agente de viagens". Nesta actividade temos de trocar impressões sobre o que poderemos aconselhar um turista a fazer / visitar (passeio de barco / elefante, visitar o monumento x, comer no restaurante y, ir ver a atracção z). Ao contrário da primeira dinâmica de grupo nesta, ainda que todos discutam na mesma as ideias entre si antes de estas serem expostas aos colegas, é-nos pedido para arranjar um porta-voz (eleito ou voluntário) para apresentar os nossos resultados.

A partir daqui os cortes começam a ser feitos. Durante o tempo todo - e daí termos mesmo que falar em inglês entre colegas - as recrutadoras estão a observar e a tirar notas, circulando pela sala e atentas a cada movimento nosso. No final deste exercício a espera é longa e é afixada uma folha com os números "da sorte", ou seja, se o nosso número estiver afixado na parede passamos à próxima fase.

2ª Fase:

Parte I (sendo que aqui pode existir eliminação de candidatos)

A recrutadora deu-nos um papel com algumas regras da companhia para lermos enquanto chamava um a um para perguntar por piercings, tatuagens, cicatrizes e marcas de nascença (quanto a estes dois últimos não se preocupem porque, pelo que percebi, servem apenas para nos identificarem um dia mais tarde, caso seja preciso). De seguida, com as meninas descalças por causa dos saltos, tínhamos de chegar com a mão a uma linha - que pode ficar-nos a meio do comprimento dos dedos, sendo que uma parte fica acima da linha - presente num papel colocado estrategicamente na parede para a recrutadora poder medir o nosso alcance de braço (para ver se chegaríamos aos compartimentos das malas nos aviões).

Parte II

Segue-se a vez do temível role-play a.k.a. a fase em que eu tinha ficado da primeira tentativa.

Aqui, o exercício consiste num frente-a-frente entre nós e um hipotético passageiro muito insatisfeito interpretado pela recrutadora que está connosco (uma para cada grupo sendo que agora apenas existem 2 de cerca de 10 pessoas). Há dois tipos de enunciado diferentes (once again, um por cada grupo) mas cuja linha de raciocínio é sempre a mesma: há uma avaria no sistema e não temos lugar para os 8 passageiros que iríamos receber, todos eles já com bilhete reservado / comprado há meses, sendo que apenas temos lugar para 2. Em grupo, temos de discutir quem fica e quem vai, dar os nossos argumentos e chegar a um consenso entre todos em 15 minutos para depois explicarmos nós próprios, individualmente enquanto managers, aos passageiros que escolhemos para ficar de fora que não têm lugar no nosso hotel / cruzeiro.

Quando a recrutadora interpretou um dos furiosos passageiros que tínhamos decidido deixar de fora para o colega, que estava sentado ao meu lado, ele engasgou-se e eu percebi o que é que ele queria dizer. Se virem isto a acontecer e quiserem ajudar não interrompam e acho que podem sempre fazer como eu: apesar de na altura não fazer ideia se estava a fazer bem ou mal, apontei para a palavra do enunciado no cartão que ele estava a segurar na esperança de o ajudar a avançar naquilo que ele estava a querer dizer.

Não sei se foi por causa deste meu impulso ou não mas no instante a seguir a recrutadora disse o meu nome e o meu número e virou o jogo para mim. Como tivemos neste tête-à-tête imenso tempo (cada vez que eu achava ter "dado a volta" a recrutadora insistia mais um bocado comigo) achei que já tinha ficado por aqui. Aliás, esta fase no meu grupo correu tão mal que a recrutadora - que não pode dar feedback nenhum - chegou ao final e disse que a maioria de nós não tinha percebido o que era pretendido.

Depois desta explicação houve meninas que tentaram salvar a situação surgindo com aquilo que achavam que deviam ter dito. Não façam isto. Eu própria e o resto do grupo pensámos que íamos todos afundar menos quem falou a seguir mas a verdade é que ainda passámos alguns e nenhuma das meninas que decidiu falar depois da recrutadora passou para a fase seguinte. Não sei se terá alguma coisa a ver mas penso que sim (por isso aconselho-vos a NÃO o fazerem).

Conselho: Esta fase existe para avaliar como é que reagimos em situações inesperadas e como as controlamos. Não há uma resposta correcta no que toca aos passageiros que devem ficar e aos que devem ir mas serve também para ver qual a nossa maneira de pensar e se temos ou não em atenção opiniões diferentes às nossas (e se temos o bom senso de falar apenas nas alturas certas). O segredo é manter sempre o mesmo tom calmo, mostrar preocupação com o cliente e ajudá-lo da melhor maneira possível dentro das circunstâncias apresentadas.

E não façam como eu que, achando que já não ia ver o meu 21 afixado na parede, liguei para a minha boleia enquanto esperava pelos resultados. Não se dêem por derrotadas antes de (não) terem a confirmação! :)

Depois de uma considerável fatia de candidatos ter sido eliminada e de eu ter cancelado a minha boleia, foi o tempo do encolher de ombros e abandono por parte de algumas pessoas. No entanto, não foi só de despedidas que estes minutos foram feitos. Houve também lugar para a incredulidade e os suspiros de alívio daqueles que reconheceram os seus números no papel colado à parede (eu tive de confirmar duas vezes!).

Depois do pequeno festejo do pessoal que ficou as recrutadoras vieram ao corredor chamar-nos para darmos início à terceira fase: o teste de inglês.

3ª Fase:

Com uma, duas ou até nenhuma cadeira entre nós, que desta vez estávamos sentados aleatoriamente (os números eram também eles já "salteados"), começamos o teste de inglês - não sei antes termos ouvido as regras todas. Tínhamos cerca de uma hora para completar tudo, escrevendo apenas na folha que nos davam para o efeito e não no próprio enunciado. Os exercícios, para quem gosta e percebe a língua, são fáceis. Há que saber interpretar o texto principal, interpretar expressões, avisos e recados e saber criar os advérbios a partir dos nomes (like individual - individually. Coisas deste género). Tudo feito através de ligações, escolhas múltiplas e espaços a completar.

Como já aqui no OUAS disse, nunca andei num instituto de línguas mas, quem já frequentou, diz que se equipara aos exames FCE de Cambridge, que penso serem dos mais básicos. Para vocês verem como não há nada com que se preocuparem nesta fase: nós passámos todos (cerca de 19, se não estou em erro)! :D

O AD estava "ultrapassado". A seguir foram apenas formalidades: deram-nos uns papéis ler (como, por exemplo, o pagamento inicial, a mobília presente no apartamento que poderemos ter acesso se formos bem-sucedidos, etc) e outros tantos para preencher e entregar na hora e/ou na Final Interview (FI). Deram-nos também umas guidelines e umas check lists para nos guiarmos no que era ainda necessário fazer até à data da FI e levar connosco nesse dia.

O passo seguinte foi decidirmos entre nós (aqui já em português, finally) os horários das nossas FI. Há que ter em conta quem (não) é de longe e a disponibilidade de cada um que, neste meu AD, pôde ser repartida em três dias. A minha foi no terceiro e último dia, segunda-feira (o que iria permitir ter mais tempo para me preparar e organizar a papelada necessária para levar comigo).

O sentimento, no final do dia, foi de "missão cumprida" e de uma enorme alegria contrastada pelas tarefas que ainda tive de completar no meu último de dia de trabalho na empresa em que me encontrava. Exausta, com dores nos pés e de cabeça e cheia de fome, lá cheguei ao final do dia que não podia ainda acabar sem ter preenchido, na derradeira chegada a casa, um psychometric test no portal online da EK (e respondido em modo anónimo a umas perguntinhas que eles nos fazem no site para fins de marketing).

Não se preocupem com o psychometric test que se faz em 15 / 20 minutos e serve para avaliar a nossa personalidade. A FI pode ser baseada no resultado que obtiverem a partir deste teste - pelo que é mesmo importante que o façam até à meia-noite, mesmo com a FI para 2 ou 3 dias depois porque as recrutadoras têm acesso a eles logo a seguir - mas este consiste apenas em distribuir umas bolinhas de acordo com a importância que damos a certas situações que nos expõem nos enunciados. Tal como a fase do role-play não há respostas certas ou erradas, apenas temos de ser sinceros.

Para vocês verem foi por causa disto (e de me ter atrasado por não contar ter de adiantar relatórios mensais durante a minha última hora de trabalho no escritório) que me vi obrigada a contar às minhas amigas mais chegadas o que é que se estava a passar. Nestes assuntos sou um bocadinho supersticiosa mas sei que provavelmente iria acabar por contar-lhes durante o jantar. Como tinha sushizada marcada para a hora em que comecei a fazer o psychometric test, tive o apoio de uma das minhas melhores amigas que estava comigo enquanto eu fazia o teste e ela acalmava as restantes, por telefone, que já estavam à nossa espera. Isto tudo para vos dizer que fiz o teste com atenção mas à pressa e pronto, despachei logo aquilo.

Assim, depois de, pessoalmente, explicar os motivos pelo meu gigante atraso, as minhas girlfriends perdoaram-me e fizemos a festa toda. Isto porque, ter chegado até aqui, era já uma vitória para mim. Agora não havia espaço para falhas! O stress acumulado foi embora pela companhia e maravilhoso sushi, embora confesse que os brindes com divinais sangrias ajudaram. ;)

terça-feira, 14 de abril de 2015

~ (everything you need to know about the EK) open day

Dia 29 de Janeiro lá fui ao OD da EK no Sheraton Porto Hotel & Spa, onde tinha de estar às 09.00am sharp. O dress code não podia ser mais claro: business attire - ladies: knee length skirt / dress with skin colored stockings. Men: suit & tie.

Quanto ao vestuário é apenas isto que nos é pedido mas, para além do obrigatório acima referido, convém, no caso das meninas:

• usar cabelo apanhado (rabo-de-cavalo, apanhado francês ou puxo / coque), sapato discreto com salto não muito alto, brincos pequeninos e discretos, caso queiram levar (ex: pérolas), maquilhagem suave e, no caso de lábios pintados, vermelho é a cor (é a cor do bâton que vão usar caso sejam bem-sucedidas e assim, meninas e recrutadoras, já têm uma ideia do quão bem ficam de lábios vermelhos ;)).

Atenção meninas: para quem acha que é boa ideia levar um acessório como uma écharpe ou um lencinho ao pescoço, digo-vos já: nada disso! Pessoalmente, aconselho-vos a não fazê-lo. Neste dia não é tão relevante quanto isso mas nada de lencinhos no assessment day (explicarei melhor no post relativo ao AD).

• no caso dos meninos: cabelo cortado e minimamente arranjado, sapatos muito bem engraxados e a gravata não perde nada em ser de lisa; simples mas bonita. E, muito importante, meninos: nada de barba.
Em lado nenhum mencionam este requisito muito especial e deveras importante que, by the way, devem considerar também OBRIGATÓRIO: sorrir sempre! :D

Como seria de esperar de um "dia aberto", no meu chuvoso OD, havia cerca de 100 pessoas, com e sem convite, pelo que o contacto com as recrutadoras é praticamente nulo durante este dia. Serve o OD para descobrirmos um bocadinho mais sobre os Emirados Árabes Unidos (UAE), a sua cultura, o clima, leis, estilo de vida, entre outros aspectos, sobre o Dubai em si e, claro, a companhia aérea: os requisitos mínimos e os benefícios, dados a conhecer através de vídeos promocionais da EK com testemunhos reais e da apresentação das recrutadoras que, aquando mudança de tópico, vão perguntando se percebemos tudo ou se temos alguma dúvida.

Requisitos:

• At least 21 years of age at the time of joining
• Arm reach of 212 cm while standing on tiptoes
• High school graduate (Grade 12)
• Fluency in English (Written and Spoken)
• No visible tattoos while in Emirates Cabin Crew uniform (cosmetic and bandage coverings not permitted)
• Physically fit to meet the Emirates Cabin Crew requirements

Emirates Cabin Crew must deliver exceptional customer services experience on every flight. Thus, in addition to the Emirates Cabin Crew requirements above, you should demonstrate:

• A positive attitude and empathy for others
• Strong cultural awareness and the ability to adapt to new environments and people
• Flexibility and the motivation to manage a demanding work schedule
• Qualities necessary to live up to the mission and values that Emirates holds in high regard – Professional, Empathetic, Progressive, Visionary, Cosmopolitan

Depois de assistirmos à apresentação é-nos distribuído um papel para preencher com a nossa informação pessoal: nome completo, número da nossa referência enviada por email (no caso de se ter recebido o invitation), número de telemóvel, email, grau de habilitação mais alto, línguas fluentes e perguntam ainda se já alguma vez tivemos uma entrevista final (FI) com eles (e a data, caso a nossa resposta seja positiva). Esta última questão porque, uma vez que tenhamos chegado à fase da final interview e não tenhamos sido bem-sucedidos, por norma, temos de esperar 6 meses até podermos concorrer novamente à EK.

De seguida, é hora de entregarmos em mão a papelada, isto é, o nosso Curriculum Vitae, uma fotografia, o papel referido acima, e, no caso daqueles que receberam, uma cópia do invitation. Neste momento podem perguntar-nos coisas como "estás a trabalhar / estudar?" ou "tens tatuagens?", por exemplo.

Quanto à fotografia que pedem para o OD há sempre muitas dúvidas e especulações. Se é em fundo branco e formal, formato passaporte ou corpo inteiro, cabelo solto ou apanhado, etc, etc, não é especificado (vejam o meu invitation email original aqui). Esta fotografia serve, acima de tudo, para as recrutadoras associarem o nosso CV à nossa cara e, obviamente, a nossa imagem em pessoa, aquando a entrega dos documentos, à fotografia em si.

No entanto, ter sempre em atenção o sorriso (se não era tem de passar a ser a vossa imagem de marca), aspecto e o ambiente envolvente. Nada de levar uma selfie, uma fotografia com alguém cortado, ter garrafas de bebidas álcoolicas à vista, ter um grande decote ou maquilhagem carregada no caso das meninas, estar na pista de dança e afins - sejam razoáveis. O que aconselho é às raparigas é ter um aspecto arranjado e semi-formal, cabelo apanhado, maquilhagem suave e, claro, um sorriso de orelha a orelha. Para os meninos, ter igualmente aspecto cuidado, cabelo curto e arranjado e barba cortada por muito que ache muito mais piada a rapazes com barba, o ideal é mesmo cara rabinho de bebé.

Como não sabia se tinham preferência por foto tipo passaporte ou corpo inteiro e como a do tipo passaporte semi-formal que mais gosto - se é que se pode gostar de uma foto deste tipo - é a que já se encontrava no CV, levei os dois tipos: uma tipo passaporte tirada no fotógrafo (cabelo solto, maquilhagem suave, lábios pintados de um vermelho não muito carregado, pólo Calvin Klein com o padrão típico da marca, decote em V e com camisa por baixo e grande sorriso) e a fotografia "não profissional" que podem ver neste post e que, não tendo tido tempo para mais, imprimi na noite anterior em casa, em papel normal (na altura achei que me estava a arriscar e, se calhar, até arrisquei buuuut... the truth is I'm still in the game ;)).

Quanto ao CV, tentem apresentar uma coisa cuidada e não muito extensa, com poucas páginas e apenas informação que possa realmente ser considerada relevante para o trabalho. No fundo, se tiverem dúvidas quanto ao que (não) devem escrever no documento ponham-se no lugar das recrutadoras e tentem olhar para o vosso CV "de fora" e ver se vos contratariam a vocês próprios. É capaz de ser um exercício engraçado! Basically, you must walk in their shoes. Se já estiveram ou estão de alguma forma ligados ao customer service, fizeram trabalhos como modelo, promotores e / ou hospedeiros de eventos, se estiveram em Erasmus, frequentaram cursos de línguas extra-curriculares ou do género é uma mais-valia referir.

O OD consiste basicamente nisto. No fundo é ir com o dress code pedido, deixar os exageros em casa, levar boa aparência e a papelada necessária. - Do I need to add the smile? :)

No final, as recrutadoras avisam que, se passarmos à fase seguinte (AD), recebemos uma chamada no próprio dia de tarde (a nós disseram-nos que contactavam por volta das 17h00 / 18h00), depois de terem analisado todos os CV. O "truque"? Desde que chegam a casa / ao trabalho / a qualquer que seja o vosso destino, estar SEMPRE com o telemóvel ao vosso lado, mesmo que tenham de ir à casa-de-banho. Isto porque:

• cada pessoa tem direito a apenas duas tentativas de contacto por parte das recrutadoras - que, a propósito, ligam de um número local, uma vez que a chamada é feita a partir do hotel - e, ao atender à primeira mostram que se preocupam e que isto é importante para vocês. No fundo, demonstra interesse (não que atender à segunda não demonstre mas é sempre "chato" falhar a vossa chamada).

• Se falharem as duas tentativas escusam de voltar a ligar para o número ou para a recepção do hotel e pedir para falar com as recrutadoras porque não serão bem-sucedidos.

• Apesar de no meu OD terem dito que ligavam ao final da tarde recebi a minha chamada por volta das 15h00.

Espero ter-vos convencido!

Neste último passo o pessoal que recebeu / apareceu com invitation pode, à partida, estar descansado, uma vez que na candidatura online a fazer para se receber o invitation email, no portal da EK, já se tem de referir os dados do CV e adicionar algumas fotografias. Assim, quem recebeu invitation para qualquer um dos eventos (OD ou AD), só se algo correr muito mal ou o CV estiver totalmente diferente do da candidatura online é que não será aprovado pelas recrutadoras para o dia seguinte, digo eu...

Um último conselho: como sabem, os recrutamentos costumam ter sempre lugar em hotéis de 5 estrelas, seja no Porto, em Lisboa, Faro ou outro sítio qualquer. Como é sempre muita gente nestes dias (especialmente nos OD), os candidatos são divididos em grupos, se preciso for, e o processo é sempre um bocadinho moroso (umas três horas ou até uma manhã inteira). Por isso, levem snacks para ir matando a fome enquanto estão fora da sala à espera de ser a vez do vosso grupo entrar (meia-dúzia de bolachas e um iogurte líquido era o que eu teria levado caso me tivesse lembrado, em vez de pagar 7,50€ por um sumo de laranja natural no bar do hotel ahahah).

Aqui está tudo o que precisam de saber sobre um OD da Emirates (penso não me ter esquecido de nada). Espero que esta informação seja útil para aqueles que pretendem concorrer à EK e para, efectivamente, serem bem-sucedidos durante o primeiro passo do processo de recrutamento.

Um à parte: espero ajudar alguém que vá a um OD em breve e inspirar essas pessoas a contar as suas próprias experiências durante esse dia que, as far as I know, it can be the first day of the rest of your life :) Para os mais distraídos deixo uma dica: no rodapé aqui do OUAS encontram os próximos OD / AD da EK em todo o mundo. Portugueses, atentem: a Emirates vai estar cá já em Maio, no Porto e em Lisboa!

Quanto ao AD, esse, ficará para outro post!

terça-feira, 7 de abril de 2015

~ invitation (only)

Depois de recebida a confirmação de uma candidatura online bem-sucedida no website de uma das melhores companhias aéreas do mundo, eis que chega O convite.

A 11 de Novembro de 2014 recebo o invitation para aparecer em qualquer um dos eventos da companhia: open day (OD) ou assessment day (AD), sendo este último um dia em que só os felizes contemplados com o convite ou os que passarem do OD, caso exista, podem ir. Basicamente estava dado o free pass, válido para qualquer recrutamento em qualquer cidade ou país, para aparecer nos eventos "invitation only" que aparecem no site. Agora só dependia de mim tentar a minha sorte. No email sugeriam o dia de 15 de Novembro daquele ano para aparecer no evento do Porto (OPO), o mais próximo de mim, que pertenço à cidade Invicta. Lá fui.

No entanto, nesta primeira tentativa não consegui passar da fase do role-play (lá iremos). À medida que uma pessoa vai passando os diferentes estágios do processo de recrutamento, por muito que até esteja à vontade com o facto de (não) passar, a verdade é que as expectativas vão aumentando, a par da ansiedade, e esta levou a melhor de mim que, por ser o número 22 e achar que o exercício em questão seguiria uma ordem lógica, não estava preparada para responder e, com a atrapalhação, confundi a personagem interpretada pela recrutadora. Atenção potenciais candidatos: os números que vos atribuem (no caso de não serem "tagados" apenas com os vossos nomes) NÃO interessam em nada na fase do role-play a não ser para nos sentarmos por ordem, uma vez que somos chamados aleatoriamente.

Encolhi os ombros e fui embora mesmo a tempo da hora de almoço (oh well, at least not everything was lost ;)). Na altura acho que não me conseguiria preparar tão bem para a final interview (FI) caso tivesse passado para a fase seguinte por estar a trabalhar e ter o mestrado a meio, em diferentes cidades. Acho que esta foi só mais uma confirmação de que everything happens for a reason porque acredito piamente que, de facto, acabou por ter sido melhor assim (até porque acabei também por me cruzar com pessoal que viria conhecer mais tarde, no OD que me trouxe até aqui, e com pessoas que foram passando as fases comigo e chegando mais longe e que agora se encontram em vésperas de embarcar para o Dubai. :)

Entretanto fui ficando atenta às notícias e ao portal online da companhia que, uns dias antes, lá avisou acerca do meu OD, desta vez no Sheraton Porto Hotel & Spa (no Porto), ao qual eu, prestes a sair da empresa em que estava a trabalhar, decidi ir com a mesma e única referência que tinha obtido a partir do invitation email (ver imagem).

Sei que no post anterior prometi contar "tintim por tintim" tudo o que se passou no meu (segundo e último) OD mas agora que fui escrevendo vou só deixar aqui este pensamento e deixar-vos na expectativa: nunca desistir de algo que, mesmo que não seja prioridade, tenhamos, nalgum momento, considerado pôr em cima da mesa. É esta a máxima pela qual me tenho regido sempre (a maior parte das vezes, vá), desde a entrada na faculdade ao on hold email (OH). Isto porque não custa nada tentar e nunca se sabe as oportunidades que podemos estar a perder por pura preguiça, falta de tempo, whatever. Daqui foi esta a lição que, once again, tirei.

O que também tenho vindo a descobrir, através de fóruns e grupos nas redes sociais, é que há pessoas de todo o mundo cujo sonho é, nalguns casos, trabalhar no ramo da aviação, noutros entrar numa companhia aérea em específico ou até serem apenas convidados a aparecer num OD e/ou AD. Há, sem exageros, pessoas que tentam seguir esta carreira durante anos e anos e conseguir aquilo que eu, à segunda tentativa, consegui agarrar. E esta é uma tiny little reason pela qual eu só tenho que estar grata! :D

The thing is: nunca, jamais, desistir! Esta é a mensagem a passar. :)